Breve análise de um cântico Nagô

Breve análise de um cântico Nagô

Existe um cântico à Ọya que diz:

"Biribi bò wọn lójú,
ọ̀gbẹ̀ri nko mọ̀ màrìwò"

cuja a interpretação é a seguinte:

"Trevas cobrem seu olhos, o não iniciado não pode conhecer o mistério do màrìwò"

Vejamos:

Màrìwò também denominado de màrìwò ọ̀pẹ, são folhas tenras, recém nascidas do igi ọ̀pẹ, o conhecido dendezeiro (Elaesis guineesis).

Mas na realidade o cântico em questão não esta se referindo propriamente dito à está espécie botânica, e sim aos ọjẹ̀ - os sumo sacerdotes da Sociedade Secreta dos Egúngún.

Màrìwò é o nome simbólico dos ọjẹ̀, pois enquanto o tronco do igi ọ̀pẹ simboliza a matéria individualizada, as folhas brotadas sobre os ramos do tronco, simbolizam os descendentes.

Outro detalhe importante a mencionar, é o vocábulo ọ̀gbẹ̀ri, do qual significa "àquele que não foi iniciado nos mistérios de uma sociedade secreta".

Este cântico é habitualmente entoado na maioria dos Terreiros de Candomblé, quando na realidade demonstra ser um cântico do Culto de Egúngún.

Sabemos que Ìyásan - Ọya é a fundadora da Sociedade Secreta dos Egúngún na Terra, e Guardiã do Culto; visto que no Ilé Awo antes de adentrar o Igbàlẹ̀ comumente denominado de balẹ̀ ou Lẹ́sànyin, onde se encontra os "assentamentos" dos Égún Agba, existe uma ante sala com o "assentamento" de Ọya.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Yorubá Básico

Bolonã

Pao